patrimônio cultural

Tombado pelo Patrimônio Histórico há 10 anos, prédio do início do século XX amanheceu no chão, com a força da última chuva.

Enquanto aqui em Portugal começa o verão e começamos finalmente a desconfinar, as chuvas e o clima de pandemia descontrolada escurecem ainda mais as notícias do inverno potiguar. Não posso deixar de falar com tristeza e preocupação do sentimento de abandono que assola amigos, familiares e conhecidos.
Já são mais de 100 dias de pandemia declarada no Rio Grande do Norte e o setor da saúde está a sofrer com sobrecarga e falta de recursos que possam atender à imensa demanda causada pelo covid19.
Se não bastassem as perdas humanas e o clima de incerteza e medo que predomina na nossa comunidade, há ainda perdas de outra natureza que também nos deixam mais pobres.

Tombado há dez anos pelo IPHAN, o casarão Arpege não resistiu à força do tempo e da chuva e ruiu.  Há uma Ribeira que há décadas está votada ao abandono e ao tempo: um pedaço da vida e da história da nossa cidade que se desfaz à espera de intervenções e políticas que nunca chegam.

Essa noticia, de mais um prédio em ruínas no bairro da Ribeira que desaparece sem ter existido chance concreta da recuperação de sua estrutura, me dói de uma maneira bem pessoal.

Daqui do Porto, longe do meu amado e icônico Café Salão, deixo o meu abraço apertado àqueles que mantém os seus focos de resistência, de história e de memória cultural e patrimonial de Natal.

Apesar das nuvens cinzentas que ensombram os nossos dias, com tanto sofrimento e perda por causa da covid19, quero acreditar que tudo isso vai passar.
VAI PASSAR, já cantava Chico Buarque.

Com o coração e o pensamento em todos que resistem, deixo aqui os meus sentimentos de que precisamos nos cuidar e cuidar dos que nos são queridos e muito em breve vamos poder poder, juntos novamente, reconstruir as nossas vidas, os nossos espaços e as nossas memórias, preservando assim os nossos afetos.

"Quando eu ainda andava pela Ribeira, ouvi de um turista perdido na porta da TN espantado com a quantidade de prédios em ruínas. “Parece que houve uma guerra!”

— Cínthia Lopes, editora de Cultura

depoimento @cinthialcardoso
Foi ao chão mais uma parte do prédio de 80 anos localizado na rua Chile, Ribeira. O imóvel de três andares foi construído por uma família de alemães nos anos 40, depois funcionou a Tipografia Galhardo, mas ficou famoso por abrigar a boate Arpege, o cabaré de cortinas de veludo vermelhas e radiolas de ficha que funcionou até a década de 1990.
O prédio de traços arquitetônicos bonitos é um entre os mais de 500 que fazem parte do polígono de tombamento realizado em 2010 pelo IPHAN nacional. No meio de uma pandemia e tantos acontecimentos urgentes, a notícia de um prédio antigo particular que ruiu é até desimportante, como disse alguém no Twitter.
Pode ser, mas o monte de metralha no chão ressalta também o retrato do fracasso. Das leis que não atendem à finalidade. Muitos anos se passaram desde a primeira vez que alguém falou em “revitalização da Ribeira”. Oportunidades foram deixadas de lado. O tal legado da Copa virou papel de algum projeto rabiscado para o PAC das Cidades Históricas. Lembro das matérias que falavam: ‘dinheiro tem, faltam projetos’. Quando eu ainda andava pela Ribeira, ouvi de um turista perdido na porta da TN espantado com a quantidade de prédios em ruínas. “Parece que houve uma guerra!”
Pois…
histórias que inspiram

Resistir para existir!

Para recordar, alguns artigos e reportagens com as histórias de quem quem apostou na revitalização da Ribeira para se estabelecer: Empresários que resistem e lutam pela preservação do patrimônio do bairro. histórico de Natal.

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